Já repararam como se queixam de falta de tempo as pessoas que nada fazem?
Olavo Bilac
País: Brasil
Tipo: Poeta
Versos e amores sufoquei calando, sem os gozar numa explosão sincera... Ah! Mais cem vidas! Com que ardor quisera mais viver, mais penar e amar cantando!
Por que me prendes? Solta-me covarde! Deus me deu por gaiola a imensidade: Não me roubes a minha liberdade, quero voar! Voar!
Ao coração que sofre, separado do teu, no exílio em que a chorar me vejo, não basta o afeto simples e sagrado com que das desventuras me protejo.
A pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo.
Já está amanhecendo... Deem-me café, papel e pena, eu vou escrever...
A ocasião faz o roubo, o ladrão já nasce pronto.
Espera ao menos que desponte a aurora! Tua alcova é cheirosa como um ninho... E olha que escuridão há lá por fora!
Quantas vezes, em sonho, as asas da saudade solto para onde estás, e fico de ti perto! Como, depois do sonho, é triste a realidade! Como tudo, sem ti, fica depois deserto!
Saudades: presença dos ausentes.
O amor que a teu lado levas, a que lugar te conduz, que entras coberto de trevas e sais coberto de luz?
Morrerei de aflição e de saudade... Espera! Até que o dia resplandeça, aquece-me com a tua mocidade!
Não sei de glória mais alta do que a glória de quem ama.
O medo é o pai da crença.
O Amor é uma árvore ampla e rica, de frutos de ouro, e de embriaguez, infelizmente frutifica apenas uma vez.
Flerte é um namoro inofensivo, sem consequências, que não acaba nem na pretoria nem na Casa de Detenção.
Homem! És o universo porque pensas e, pequenino e fraco, és Deus, porque amas.
E na terra, por onde o sonhador passava, ia a roxa corola espalhando as sementes, de modo que, a brilhar, pelo solo ficava uma vegetação de lágrimas ardentes.
Olha: não posso mais! Ando tão cheio deste amor, que minha alma se consome de te exaltar aos olhos do universo...
Só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas.
Mas tua alma ficou, livre da desventura, docemente sonhando, as delícias da lua, entre as flores, agora, uma outra flor fulgura, guardando na corola uma lembrança tua...
Que fazer para ser como os felizes? Ama!
Não és bom nem és mal... És triste e humano.
Foste o beijo melhor da minha vida, ou talvez o pior... Glória e tormento, contigo à luz subi do firmamento, contigo fui pela infernal descida!
Basta de enganos! Mostra-me sem medo aos homens, afrontando-os face a face: Quero que os homens todos, quando eu passe, invejosos, apontem-me com o dedo.
Noite. Oh! Saudade... A dolorosa rama da árvore aflita pelo chão derrama as folhas, como lágrimas... Lembrar!