Escritor(a), Brasil
O hábito da leitura constitui o maior obstáculo para a ascensão social e o poder pessoal no Brasil.
Lutar pelos pobres, no Brasil, é sempre um bom negócio.
A leitura é um fetiche nacional. Atribuímos grande importância a leitura. Desde que sejam os outros a ler.
De acordo com Edir Macedo, quando somos fiéis ao dizimo, vemos-nos livres do sofrimento. Uma espécie de Baú da Felicidade do espírito.
A gente gosta de pobres. A gente gosta tanto deles que nunca pensou em torná-los menos pobres. A gente gosta de votar em pobres, de reclamar de pobres, de escrever sobre pobres.
Saddam Hussein foi o maior importador de armas fabricadas no Brasil. Por isso perdeu todas as guerras em que se meteu.
O barroco brasileiro nunca foi nem será arte.
Um dos trunfos da Igreja Universal é a incorporação das técnicas dos programas de auditório. Os pastores sempre invocam aplausos para Jesus Cristo, como num show de calouros.
Os brasileiros sempre preferiram o conchavo e o corporativismo à discussão e à insubordinação.
O Brasil deveria desistir dessa bobagem de querer ter uma cultura. Ninguém ia notar a falta.
Graças aos votos de seu rebanho de pobres, os evangélicos também puderam eleger uma poderosa bancada parlamentar.
O Brasil tem mais de trinta leis de incentivo à cultura. É incentivo demais e cultura de menos.
Eu sempre digo que, se todos os brasileiros concordam com algo, significa que esse algo só pode estar muito errado.
Todo mundo fala mal de políticos.
O único aspecto relevante de nossa personalidade é um exasperado servilismo.
O Brasil é mesmo o fim da picada.
O pensamento estratégico do governo brasileiro chega apenas até as próximas eleições.
O PT gosta de folclore. Mussolini também gostava. Hitler também gostava. Stalin também gostava. Folclore é coisa de regimes nacionalistas e totalitários. Até hoje funciona assim.
O Brasil é um prato cheio para o sarcasmo e a avacalhação.
Falar mal das pessoas é muito mais gratificante do que falar bem. Eu, se pudesse, só falaria mal.
O maior problema do Brasil é o gigantismo do estado.
Chegamos a um ponto em que mercenários estrangeiros poderiam ser mais confiáveis do que a polícia. Poderiam nos proteger melhor.
Eu já estava enjoado dos tiroteios na porta de casa. Agora melhorou. Passaram a jogar bombas.
As empresas estatais sempre constituíram um precioso reservatório de cargos para a barganha política.
A convicção simplória de que todos os políticos são enganadores precisa ser restaurada urgentemente.
Futuro? Que futuro? O Brasil não tem futuro. Daqui a quinze anos, estaremos no mesmo buraco de agora.
Escola não serve para nada. A importância do ensino para o avanço social é uma mistificação que deve ser combatida. Eu nunca gostei de estudar.
É bom desconfiar de quem se diz patriota. Assim como é bom desconfiar de quem se diz democrático. Aliás, desconfie de tudo.
Carioca é meio caipira. Aplaudir o pôr-do-sol é como aplaudir aterrissagem de avião.
Eu fui convidado para falar sobre Ivete Sangalo no programa do Faustão. Não pude aceitar porque não sabia quem era Ivete Sangalo. Depois me informei. É aquela do comercial da Chevrolet.