Advogado(a)/Professor(a), Brasil
Em todos os lugares em que trabalhei sempre houve um ou outro engraçadinho a tomar liberdades comigo, achando que a cor da minha pele o autorizava a tanto.
O racismo parte da premissa de que alguém é superior. O negro é sempre inferior. E dessa pessoa não se admite sequer que ela abra a boca. 'Ele é maluco, é um briguento'. No meu caso, não sou de abaixar a crista em hipótese alguma...
Seria suprema arrogância - e isso eu noto em alguns juízes brasileiros - achar que não interessa o que a sociedade pensa sobre determinadas decisões.
Eu não costumo silenciar quando presencio algo de errado.
Sempre entendi que filiação partidária ou a grupos, movimentos, só serve para tirar a sua liberdade de dizer o que pensa.
A minha lógica não é a mesma do senhor. Eu não barateio crime de corrupção.
Enganaram-se os que pensavam que o STF iria ter um negro submisso, subserviente.
Não costumo comentar manifestação de político, este não é o meu papel. Ele é um réu, e réu eu trato como réu. Se determinado réu resolve politizar o julgamento, problema dele.
Na hora de me chamar para ir ao Planalto, não tinham o meu contato. Uma amiga do governo conseguiu encontrá-lo. Corre que os caras vão fazer o seu anúncio hoje!
A imprensa brasileira é toda ela branca, conservadora. O empresariado, idem. Todas as engrenagens de comando no Brasil estão nas mãos de pessoas brancas e conservadoras.
Eu não me arrependo dos votos, não. As mudanças e avanços no Brasil nos últimos dez anos são inegáveis. Em 2010, votei na Dilma.
A empreitada criminosa é muito maior do que a que nós estamos examinando nesses autos.
Sou totalmente a favor do fim do foro privilegiado. É uma excrescência tipicamente brasileira. É uma racionalização da impunidade.
A prática nefasta de compra de parlamentares é crime para o qual não se há possibilidade de que seja cometido sem entendimento entre pessoas e grupos porque o dinheiro não nasce em árvores.
O Banco Rural omitiu dados para perícia.
Nenhum advogado, por mais importante que ele seja, monopoliza o meu gabinete.
Cada país tem o modelo de Justiça que merece. Uma Justiça que se deixa agredir ou se deixa ameaçar por uma guilda, ou membro de uma determinada guilda, já se sabe qual é o fim que lhe é reservado. Eu lamento...
No Brasil, o que é público não se transmuta em privado se a verba é pública.
O direito não foi capaz de acompanhar as profundas e estruturais mudanças sociais não apenas entre nós, brasileiros, mas também em escala global.
Comprar parlamentares, constituir base no Congresso à base de dinheiro... Como isso não abala a paz social?
O embate intelectual é muito profícuo. E problemas é o que não faltam no nosso país. Nós temos um Legislativo e um Executivo que são bastante receptivos às deliberações do Judiciário nessas 'hard questions'.
O que importa é a engrenagem utilizada para dissimular, para tornar oculto um grande esquema de corrupção.
Isso aí é consequência da falta de referências positivas no país. Daí a necessidade de se encontrar um herói. Mesmo que seja um anti-herói, como eu.
Marcos Valério mentiu em seu interrogatório. É interessante notar que ele muda de versão conforme as circunstâncias.
Nós temos que fazer nosso trabalho, e não chicana, ministro.
Vi o Lula pela primeira vez no dia do anúncio da minha posse. Não falei antes, nem por telefone. Nunca, nunca.