Mas que mulher indigesta, merece um tijolo na testa!
Noel Rosa
País: Brasil
Tipo: Cantor(a), Compositor(a)
Eu dou a vida pelo teu amor!
Não sei, não quero saber, tenho raiva de quem sabe do seu modo de viver.
Tenho certeza de que pensas em voltar, mas que tristeza... Já cansei de perdoar!
Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eu não presto. Que meu lar é um botequim, que eu arruinei sua vida e não mereço a comida que você pagou pra mim.
Quanto a você, da aristocracia, que tem dinheiro, mas não compra alegria, há de viver eternamente sendo escravo desta gente que cultiva a hipocrisia.
Mas agora estou mudado, meu coração não se cansa por saber que sou amado.
O mundo me condena e ninguém tem pena falando sempre mal do meu nome.
Estou cego de saudade pelos olhos seus.
Agora, quem chora é quem me fez sofrer. Eu bem sabia que tu ias padecer. Hoje te vejo penando e procurando quem queria contigo viver.
Devias pagar por fazer chorar a quem te tratava tão bem.
Voltaste confessando sem vaidade que a sua liberdade é viver preso a mim.
Quem é você que não sabe o que diz?
Perto de você me calo. Tudo penso e nada falo.
Quem acha vive se perdendo.
Meu coração não se cansa de sempre e sempre te amar.
Batuque é um privilégio, ninguém aprende samba na escola.
A minha alma hoje descansa, vivo só de esperança.
Tu não tens pena de mim que fico tonto com o seu olhar?
Vivo sem felicidade, dominado pela dor de uma saudade.
Se existe alma, se há outra encarnação. Eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão.
Vassoura dos salões da sociedade. Que varre o que encontrar em sua frente.
O que eu tô vendo é que se eu não me defendo vou acabar me comendo pra poder me alimentar.
Antes, a palavra samba era sinônimo de mulher. Agora, já não é assim. Há também o dinheiro, a crise. A mulher e o dinheiro são, afinal, as únicas coisas sérias deste mundo.
E quem suportar uma paixão, sentirá que o samba então, nasce do coração.
Sem teu amor, essa vida não tem mais valor.
O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu e também vão sumindo as estrelas lá do céu.
O costume é a força que fala mais forte do que a natureza. E nos faz dar provas de fraqueza.
