Dentro de um abraço, voz nenhuma se faz necessária, está tudo dito.
Martha Medeiros
País: Brasil
Tipo: Escritor(a), Jornalista
Então faz assim, tristeza: a gente se vê outro dia, numa outra vida.
Pegar sete caras. Pegar nove mina. A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas.
Ficar bonitinha, muitas conseguem, mas ter algo é para poucas.
Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice.
Se me perguntarem qual o sentimento que considero mais bonito ou mais importante, vou abrir um sorriso e dizer: o correspondido!
E amigo é isso: aquele que a presença conforta sem precisar de muito gesto ou dramatização.
Tenho saudade de pessoas que fui conhecendo, lembranças que fui esquecendo, amigos que acabei perdendo, mas continuo vivendo e aprendendo.
É de minha responsabilidade não ficar triste, não deixar ninguém me magoar, não deixar que nada de ruim me aconteça.
Exatamente igual ao vidro: se me jogar no chão, eu quebro... Mas se me pisar, eu te corto.
Todo dia é uma ocasião especial. Guarde apenas o que tem que ser guardado: lembranças, sorrisos, poemas, cheiros, saudades, momentos.
Emoção, que traidora você me saiu! Me desmente assim na frente de todos, me faz tomar atitudes ridículas que eu sempre detestei e neguei e nem sei.
Fico besta com quem perde a compostura por não gostar de algo ou alguém: tão mais simples desconectar. Não ouça, não leia, não prestigie. Dê atenção ao que tem sintonia com você. E toque sua vida, sem agredir.
Apenas seguir em frente. Primeiro, porque nenhum amor deve ser mendigado. Segundo, porque todo amor deve ser recíproco.
Leve com você apenas o que combina e cabe na sua nova etapa de vida. O que sobrar, venda, ou melhor ainda: doe.
Felicidade é a combinação de sorte com escolhas bem feitas.
Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.
Nesta era de acúmulo, egoísmo e posse, gestos de desapego são raros e transformam um dia banal em um dia especial.
Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.
O destino decide quem entra na minha vida. Minha atitude decide quem fica.
Uma boa definição para a felicidade: ser leve para si mesmo.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música e quem não acha graça de si mesmo.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande, é a sua sensibilidade sem tamanho.
E do que precisamos? Anote aí, é pouca coisa: silêncio, arte e amor.
Passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.
Gostar de alguém é função do coração, mas esquecer, não. É tarefa da nossa cabecinha, que aliás é nossa em termos: tem alguma coisa lá dentro que age por conta própria, sem dar satisfação. Quem dera um esforço de conscientização resolvesse o assunto.
Pareço tão sensata, tão bem resolvida, tão madura. Quá! Tenho outra por dentro. Que vergonha.
Não voltaria no tempo para consertar meus erros, não voltaria para a inocência que eu tinha - e tenho ainda. Terei saudades da ingenuidade que nunca perdi? Não tenho saudades nem de um minuto atrás. Tudo o que eu fui prossegue em mim.
Não fale, não conte detalhes, não satisfaça a curiosidade alheia. A imaginação dos outros já é difamatória que chegue.
Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora.