Nada faz o homem morrer tão contente quanto o recordar-se de que nunca ofendeu ninguém, mas, antes, beneficiou a todos.
Maquiavel
País: Itália
Tipo: Filósofo(a), Poeta
De fato, o modo como vivemos é tão diferente daquele como deveríamos viver, que quem despreza o que se faz e se atém ao que deveria ser feito aprenderá a maneira de se arruinar, e não a defender-se. Quem quiser praticar sempre a bondade em tudo o que faz está fadado sofrer, entre tantos que não são bons.
Acredito seguramente que é melhor ser impetuoso do que cauteloso, pois a sorte é uma mulher, sendo necessário, para dominá-la, empregar a força, pode-se ver que ela se deixa vencer pelos que ousam, e não pelos que agem friamente. Como mulher, é sempre amiga dos jovens - mais bravos, menos cuidadosos, prontos a dominá-la com maior audácia.
Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem.
Não há nada mais certo que nossos próprios erros. Vale mais fazer e arrepender, que não fazer e arrepender.
A ambição é uma paixão tão imperiosa no coração humano, que, mesmo que galguemos as mais elevadas posições, nunca nos sentimos satisfeitos.
Uma mudança sempre deixa o caminho aberto para outras.
Onde a força de vontade é grande, as dificuldades não podem sê-lo.
Quem se torna senhor de uma cidade habituada a viver em liberdade e não a destrói, espere para ser destruído por ela.
Nada é mais necessário do que a aparência da religiosidade. De modo geral, os homens julgam mais com os olhos do que com o tato: todos podem ver, mas poucos são capazes de sentir.
Os homens tem menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas, mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha.
A mediocridade e o anonimato são as melhores escolhas.
Para dizer o que vai acontecer, é preciso entender o que já aconteceu.
Os preconceitos têm mais raízes do que os princípios.
Os homens mudam de governantes com grande facilidade, esperando sempre uma melhoria. Essa esperança os leva a se levantar em armas contra os atuais. E isto é um engano, pois a experiência demonstra mais tarde que a mudança foi para pior.
Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis.
Em política, os aliados de hoje são os inimigos de amanhã.
Nunca foi sensata a decisão de causar desespero nos homens, pois quem não espera o bem não teme o mal.
O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta.
Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!
Eu creio que um dos princípios essenciais da sabedoria é o de se abster das ameaças verbais ou insultos.
Quem do prazer se priva e vive entre tormentos e fadigas, do mundo não conhece os enganos.
Pois o homem que queira professar o bem por toda parte é natural que se arruíne entre tantos que não são bons.
O príncipe prudente adotará, portanto, um terceiro caminho, escolhendo como conselheiros homens sábios, e dando-lhes inteira liberdade para falar a verdade, mas só quando interrogados, e apenas sobre o que lhes for perguntado. O príncipe solicitará seu parecer sobre tudo, deliberando depois sozinho, do seu próprio modo.
Quando for preciso executar um cidadão, que haja uma justificativa e uma razão manifesta. E, principalmente, que o príncipe se abstenha de tomar os bens, pois os homens se esquecem mais facilmente da morte do pai do que da perda do patrimônio.
Nenhum indício melhor se pode ter a respeito de um homem do que a companhia que frequenta: o que tem companheiros decentes e honestos adquire, merecidamente, bom nome, porque é impossível que não tenha alguma semelhança com eles.
A prudência persiste em saber reconhecer a natureza dos inconvenientes, aceitando como bom o menos mal.
O desejo de conquista é algo muito natural e comum, aqueles que obtêm êxito na conquista são sempre louvados, e jamais censurados, os que não têm condições de conquistar, mas querem fazê-lo a qualquer custo, cometem um erro que merece ser recriminado.
Chegamos assim à questão de saber se é melhor ser amado do que temido. A resposta é que seria desejável ser ao mesmo tempo amado e temido, mas que, como tal combinação é difícil, é muito mais seguro ser temido, se for preciso optar.
Todos vêem aquilo que pareces, poucos sentem o que és.
Quanto mais próximo o homem estiver de um desejo, mais o deseja, e se não consegue realizá-lo, maior dor sente.