Há o pessimismo que bate quando estou sozinho e penso no mundo. Mas se é para ir a uma festa em que há mulheres bonitas, o pessimismo desaparece. A vida está correndo. Tenho momentos de tristeza, de prazer, de saudade… Faz parte.
Oscar Niemeyer
País: Brasil
Tipo: Arquiteto(a)
Desejo ver um mundo melhor, mais fraternal, em que as pessoas não queiram descobrir os defeitos das outras, mas, sim, que tenham prazer de ajudar o outro.
Espero que Brasília seja uma cidade de homens felizes: homens que sintam a vida em toda sua plenitude, em toda sua fragilidade, homens que compreendam o valor das coisas simples e puras um gesto, uma palavra de afeto e solidariedade.
O mais importante não é a arquitetura, mas a vida, os amigos e este mundo injusto que devemos modificar.
Não há nada mais importante que a mulher, o resto é bobagem. É ou não é?
Não existe Arquitetura bonita ou feia. Existe Arquitetura boa e ruim.
Costumo dizer aos estudantes de Arquitetura que não basta sair da escola para ser bom profissional. O sujeito tem de se abrir para o mundo e não ficar atrás da visão estreita dos especialistas.
De um traço nasce a arquitetura. E quando ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, o nível superior de uma obra de arte.
A gente precisa sentir que a vida é importante, que é preciso haver fantasia para poder viver um pouco melhor.
Nunca me calei. Nunca escondi minha posição de comunista. Os mais compreensíveis que me convocam como arquiteto sabem da minha posição ideológica. Pensam que sou um equivocado e eu penso a mesma coisa deles. Não permito que ideologia nenhuma interfira em minhas amizades.
Compreendo a crítica de arte, muitas vezes justa e honesta, mas sou de opinião que o arquiteto deve conduzir seu trabalho de acordo com as próprias tendências e possibilidades, aceitando-a sem revolta ou submissão, sabendo-a não raro justa e construtiva, mas sempre sujeita a uma comprovação que somente o tempo pode estabelecer.
Quando uma forma cria beleza, tem na beleza sua própria justificativa.
O governo Lula pela primeira vez deixou o povo brasileiro sorrir um pouco.
O ruim de Brasília é que quando a gente chega lá percebe que a cidade está inacabada.
Não acredito em momento de glória: somos insignificantes demais para pensar nessas coisas.
Acho muito bom a pessoa se recolher e ficar pensando em si mesma, conversando com esse ser que tem dentro dela, que é nosso sósia, né? Eu converso com ele a vida inteira.
Urbanismo e arquitetura não acrescentam nada. Na rua, protestando, é que a gente transforma o país.
Alcançar essa idade é uma merda, mas é bom.
Catedral de Brasília: Na Catedral, por exemplo, evitei as soluções usuais das velhas catedrais escuras, lembrando pecado. E, ao contrário, fiz escura a galeria de acesso à nave, e esta, toda iluminada, colorida, voltada com seus belos vitrais transparentes para os espaços infinitos.
A gente quer se informar melhor sobre tudo, aprender outras coisas. O importante é a pessoa ser curiosa. Não é um interesse de um intelectual, é um interesse de um sujeito normal que sente a vida, que é solidário, que acha que o mundo pode ser melhor, que um dia o homem possa ter prazer em ajudar o outro, é isso que é a generosidade num certo sentido.
Como o tempo tenta nos enfraquecer!
A Humanidade precisa de sonhos para suportar a miséria, nem que seja por um instante.
Enfim, pude conviver com verdadeiros patriotas. Brizola, preocupado com a formação das crianças, levou adiante o projeto de Darcy de construir os CIEPs. Do ponto de vista da Arquitetura, os CIEPs não tinham importância. Do ponto de vista social, tinham. Hoje estão por aí, abandonados.
Acho que escola de samba deveria servir, às vezes, como veículo de protesto, para cantar os anseios da gente pobre. Afinal, os sambistas que descem do morro divertem a burguesia que bate palmas, acha fantástico, mas no dia seguinte tudo esquece.
Enquanto houver miséria e opressão, ser comunista é a nossa decisão.
A vida nos leva pra onde ela quer. Cada um vem, escreve sua historinha e vai embora. Não vejo segredo em levar a vida.
Quando eu faço o projeto, a gente pensa que a decoração é uma coisa qualquer, que não tem grande importância para a arquitetura, mas ela é suficiente para destruir a arquitetura. Os que fazem decoração não compreenderam até hoje que o importante na decoração são os espaços vazios, os espaços entre um grupo e outro. Então, enchem de móveis e fica uma merda.
Como explicar que cruzar os braços é um problema e que a vida dura só um minuto?
Não entendo quem tem medo dos vãos livres. O espaço faz parte da arquitetura.
Asa das Canoas: Minha preocupação foi projetar essa residência com inteira liberdade, adaptando-a aos desníveis do terreno, sem o modificar, fazendo-a em curvas, de forma a permitir que a vegetação nelas penetrasse, sem a separação ostensiva da linha reta.
Conjunto da Pampulha: Era um protesto que eu levava como arquiteto, de cobrir a igreja da Pampulha de curvas, das curvas mais variadas, essa intenção de contestar a arquitetura retilínea que então predominava.